Torres
A Câmara não chumbou nada porque não foi submetido nenhum projecto. O que se passou foi que um cidadão, co-proprietário de um prédio abrangido por um Plano de Urbanização ainda não ratificado, submeteu, no período de discussão pública, uma proposta. Não há mal nenhum nisso. Qualquer cidadão o pode fazer, até mesmo não sendo proprietário, pode apresentar sugestões sejam escritas ou desenhadas durante as discussões dos Planos de Ordenamento.
Quanto à proposta. Como já se percebeu o Plano do Infante aumentou os índices que estão definidos no PDM, em alguns casos para o dobro, desvirtuando os objectivos do Pano Director sem qualquer justificação lógica nesse aumento.
Por exemplo: Se experimentarem descer a estreita rua que começa junto à antiga”Salsa Latina”, passando pela capela da Penha de França e que depois da curva e se desenvolve de nível até à Rua Princesa D. Amélia, perceberão certamente que é uma das poucas ruas que preserva o carácter da cidade histórica/tradicional. Não só pelas características que se pretendem preservar, como pela qualidade morfológica e matérica, mas também e principalmente pela escala que possui, esta rua deveria ser recuperada de forma a manter todas as qualidades que fazem dela um percurso privilegiado de ligação entre aquela zona hoteleira e o porto.
Mas o que propõe o PU do Infante? Que aquele conjunto composto pela loja da “Esboço” mais umas casas adjacentes com 2 pisos, possam subir para 6 (!!!). Ou seja, todas as qualidades que referi daquela zona, vão ser postas em causa na nova abordagem proposta pelo Plano.
Então, mas Ricardo Silva propôs que fossem previstos 16 pisos para o seu prédio. E porque não? Já que é para “alarvar” então que se alarve com força. Até acho mal só ter proposto 16. Eu teria proposto 26. Ou antes, 36. Sim, porque se não há nenhum critério lógico ou ideia sustentável para o Savoy ter 16, o prédio da Esboço ter 6 ou o Casino Park continuar na mesma, haverá alguma mal em o arquitecto (paisagista) Ricardo Silva propor 16?
Aliás, estava aqui a lembrar-me, vou propor ao Grupo Pestana este projecto. Penso que ainda é capaz de ir a tempo.Etiquetas: CMF, Comunicação social
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