quarta-feira, janeiro 30, 2008

Onde é que eu já vi isto?

Era uma vez uma ilha onde, há trinta anos, governava o mesmo partido, liderado pela mesma pessoa, que detinha o poder de onze Concelhos, em todas as organizações civis, andava de braço dado com a igreja partilhando um órgão de comunicação social, arauto das suas politicas e controlando subtilmente os restantes. Mas o sistema era ainda assim imperfeito porque esta ilha ainda fazia depender algumas políticas, da boa vontade dos antigos senhores que em tempos governaram a ilha. Ora, com o apoio maciço dos seus cidadãos, os governantes propuseram então um sistema ainda mais perfeito, onde justiça e a polícia passariam também a depender do governo geral da ilha. Para o sistema ser efectivamente perfeito, criar-se-ia um cargo de representação ao mais alto nível, símbolo máximo do seu povo. Tendo em consideração que as opiniões discordantes que se faziam representar por partidos políticos só serviam para criar agitação social e jamais tinham apresentado alguma ideia que valesse a pena, que além do mais as pessoas que faziam parte desses partidos eram um conjunto de ressabiados que nunca tinham conseguido integrado o sistema por simples inépcia, propôs-se erradicar as organizações que não concordavam com a linha política vigente. O povo entretinha-se a ver na tv as telenovelas, a discutir no café as notícias da "bola" e agradecer na igreja as graças com que foi abençoado por agora já ter uma casa onde morar e um carro para passear ao fim de semana. Confiando o seu destino a quem até aí tinha sido o ícone da sua real melhoria de qualidade de vida, o povo absteve-se de pensar poupando assim energias para outras coisas mais divertidas. E assim viveram felizes para sempre…

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