domingo, dezembro 23, 2007

Utraperiférico regressa ao centro

Um dos blog’s por onde costumo passar é o Ultraperiferias. Um blog de um individuo inteligente com ideias próprias o que, diga-se de passagem , é coisa rara na Madeira. Luís Filipe Malheiro anunciou recentemente que ia abandonar o seu blog, ou antes que o iria deixar "adormecido". Acho pena que blogs como este desapareçam. O que falta na Madeira é o debate de ideias e o confronto de opiniões, é por isso uma perda quando se “adormece” uma dessas tribunas.

As razões são válidas. Falta de tempo e algum desapontamento com pontuais climas que se criam na blogosfera por indivíduos que, não estando interessados em discutir nada , se entretêm a mandar “bocas” por trás do anonimato.

Até aqui tudo bem.

O que não me deixa indiferente é aquela necessidade de sublinhar que as suas opiniões e comentários só o vinculam a ele. Pois a quem mais poderiam vincular? Essa coisa de pertencer a partidos políticos constrói esses vícios de raciocínio. Parece que há um pedido de desculpas por poder pensar e ao mesmo tempo algum receio de pensar diferente do “main stream” partidário.

Deve ser realmente incómodo um indivíduo não poder pensar livremente e estar obrigado a uma espécie de auto-censura para não “ofender” as susceptibilidades do seu partido político.

Sobre o mesmo tema e Filipe Malheiro, já eu tinha escrito há um ano e meio atrás quando ele se iniciou na blogosfera escrevendo no blog BOX-M.

Dizia LFM no seu primeiro post:

“Admito que uma opinião pessoal – a qual situo no contexto deste blog – ser utilizada para outros fins, sobretudo se sair “da linha”. As opiniões que aqui der expressão revelam, tão-somente, a minha perspectiva como uma pequena partícula de um grupo mais vasto, caracterizado por uma multiplicidade de opiniões e experiências de vida, e a quem nunca foi exigido – era o que faltava! - que pensasse de uma forma uniforme”.

Esta obsessão por "não sair da linha" não terá a ver com o "adormecimento" do seu blog? Esperemos que tenha sido um adormecimento para restaurar as forças e não um apagar clorofórmico.

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